Retrocesso 8 x 1 Bom Senso (by STF)
Coisas do Brasil...
Pra quem não sabe, no dia 17 de junho (quarta-feira), o STF resolveu cumprir o pedido (feito em 2006) do MPF e de alguns sindicados de rádio e TV. Foram 8 votos a 1 em plenário, favorecendo a não obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo, com a alegação de ser incompatível com a Constituição Federal de 1988.
Muita coisa já foi comentada durante a semana.
Mas resolvi publicar aqui uns trechos interessantes do povo indigado pelos blogs que eu costumo ler (de estudantes de Jornalismo como eu):
Com licença, carlos leitores. Vou ali extrair um dente do meu vizinho. Vi uma video-aula no YouTube e já sei como fazer. Ah, não posso. Não tenho diploma em odontologia...
(Mattheus Rocha)
Quem acha que jornalista precisa apenas saber escrever, está sendo leviano. Fosse assim, ninguém precisaria cursar Direito para advogar. Bastaria decorar as leis, não é mesmo?
(Renan Canuto)
Clique aqui para ler o texto completo.
Acordei e percebi que meus pais gastaram muito mais do que um carro popular para que eu tivesse um diploma que agora poderá ser usada numa emergência qualquer na falta de papel higiênico.
(do blog Donas do Circo) - clique aqui para ler...
aproveite para participar da campanha "Seja você também Jornalista" e responda à divertida enquete "O que devo virar".
Apesar da indignação e desespero inicial, agora eu me pergunto friamente:
Isso vai mudar o mundo??? (Ah... jornalistas se preocupam é com isso! Oh... o 4º poder e bla bla bla. Agora qualquer um pode estar inserido no 4º poder. Parece uma piada.)
Bem, no Mundo Jessicocêntrico, o impacto já existe.
Imaginem meus caros que eu perdi 8kg em menos de um ano preocupada em passar no vestibular em um curso que já costumava ser um dos mais concorridos e naquele ano foi o.
Depois do sucesso na tentativa, passei os últimos três anos enchendo a boca pra dizer que estudava Jornalismo quando alguém me perguntava o que eu fazia da vida.
E olha que tentaram me avisar... nos tempos de stress do pré-vestibular, tentaram me convencer a escolher um curso menos concorrido pra garantir minha facul... As vozes ainda ecoam nos meus ouvidos: "por que vc não tenta Letras?"
Putz... Pedagogia, Adm ou Educação Física q fosse... agora eu estaria prestes a ter 2 profissões: a do curso de minha escolha + jornalista (bônus concedido pelo STF no último dia 17).
Agora somos uns trouxas, queridos amiguinhos estudantes do mesmo maldito curso. Já não fossem as decepções correntes da profissão, agora isso... Seremos apontados na rua.
"Jornalista??? Vc estuda pra isso??? Eu sou sem estudar... Huahuahuahua" (Piada do século!).
Ok... deixando um pouco de lado a veia apocaliptica e tentando esquecer as implicações pessoais, eu diria que não é tão ruim quanto parece.
Até onde eu sei, as empresas ainda exigirão o tal diploma.
Além disso, não acredito que os não graduados que se meterem no Jornalismo cheguem a algo mais que peões de redação. Escrevendo e fazendo o trabalho escravo dos atuais estagiários.
E vendo que não é lá esse glamour todo e que não dá pra mudar o mundo tão facilmente (ah... o que vai ter de figuras peseudo-revolucionárias...)
A não ser os que sejam mega especialistas em algum assunto. Por esse lado, é até muito bom e enriquecedor para o jornalismo brasileiro. (tô cansada de ler, ouvir e ver tanta besteira de jornalista que se acha expert).
Em todo caso, válido também para os super-hiper-mega-ultra-power especialistas, é de se esperar que apenas Comunicólogos formados possam ocupar cargo de chefia em veículos e departamentos de Comunicação. Há toda uma tradição que não vai se romper assim, por uma abertura bizarra e retrógrada, visto que a profissionalização é um indício de evolução.
Lembrem-se de que todo editor-chefe é uma figura que põe medo até no próprio demo.
De gentileza sem igual com seus queridos estagiários, aprendizes de Jornalismo, imagino a satisfação da temida espécie em chefiar 'aspiras de merda' que se meterem no meio jornalístico graças ao STF (Supremo Time de Fanfarrões). Vai ter muita gente pedindo pra sair!
Outra coisa boa é que isso pode servir pra melhorarem o curso também, né minha gente?
Porque estudamos um pouco de tudo, e no final não é nada de nada!
Há de se adequar o curso à nova realidade para a faculdade não morrer e nós, (pobres estudantes de jornal... o quê mesmo?) ameaçados pela extinção possamos sobreviver à concorrência desleal com educadores (de toda a espécie), circences, mendigos, ex-presidentes da país, putas, cientistas loucos, frequentadores de bar (que quanto mais bêbados, mais têm opinião pra tudo - política e futebol principalmente), economistas (que não aprendem nada na facul, assim como nós - tanto que seres dessas duas espécies costumam se casar), e pessoas que não puderam fazer Jornalismo por algum impedimento (tiveram medo de tentar ou não passaram no vestibular e/ou não tiveram dinheiro pra bancar a facul e acabaram tendo que escolher outro curso). Nessa última classe, incluem-se os tipos mais diversos de profissionais frustrados graduados em Letras-Mandarim ou qualquer outra coisa que você vai morrer sem saber que existe.
Essa á minha última esperança: que meu futuro seja menos medíocre, apesar de parecer o contrário.
PS: Recadinho para os Fanfarrões-Mor de Brasília: 'Chefe de cozinha' é o C@#¨¬=*!!!!!!!!!!!!!
2 comentários:
Gostei da citação, Jessie. Já conhecia o seu Blog, pois ele é indicado no "Mambembe", da Luanda.
Você deu sorte que escolheu duas carreiras que não precisam de diploma: Cantora ou Jornalista :P
Ironia mode on.
Beijos.
É... a Lua tinha me perguntado de onde eu conhecia vc... rs
Expliquei pra ela que vi seu texto em outro blog e 'roubei' um pedacinho de lá pra pôr aki.
Bem, quanto às profissões, a diferença é que pra ser cantora, eu não pretendia perder meu tempo fazendo facul. E pra Jornalismo, caí nessa armadilha.
Enfim... profissões complicadas me perseguem.
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